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"œNão tem porque a sentença ser revogada", diz juiz do caso Castelo

Em conversa com o PortalODia.com, o juiz Leonardo Brasileiro, da Comarca de Castelo do Piauí e responsável pela condenação dos menores envolvidos no estupro coletivo, disse que não vê motivos para que sua decisão seja revista. “Não houve falhas no inquérito e nem equívoco na condenação então não tem porque a sentença ser revogada como a defesa pede”, afirma.


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Leonardo Brasileiro diz que está convicto da participação de todos os adolescentes citados no processo e que as confissões deles em depoimento atestam exatamente o que as vítimas relataram ao serem ouvidas em juízo. Segundo o juiz, foi encontrado nas meninas apenas o material genético de Gleison Vieira e Adão José da Silva, mas isso não isenta os outros rapazes de participação no crime.

“Nós temos quatro vítimas. Precisaria de pelo menos duas pessoas para conseguir segurá-las e os adolescentes já disseram que fizeram isso. Uns seguravam enquanto os outros cometiam os delitos. A participação de cada um já foi devidamente definida e esclarecida”, explica Leonardo Brasileiro.

O juiz já analisou o recurso enviado pela defesa dos adolescentes e se diz tranquilo quanto à possibilidade de ter que rever sua sentença. Leonardo Brasileiro explicou que todas as falhas apontadas pelo defensor Gerson Henrique Silva no decorrer do inquérito já foram descartadas pela própria polícia nas investigações. O magistrado afirma que ouviu mais de uma vez as gravações dos depoimentos das vítimas e que não há contradições entre eles.

“Foi um crime de grande repercussão até pela crueldade com que foi cometido. Houve comoção, e é comum que a Justiça se sinta pressionada para dar uma resposta ágil à sociedade, mas isso não significa que foi tudo feito na correria ou que foram deixados de lado detalhes importantes. Pelo contrário. Eram nos detalhes que estavam as respostas para as perguntas e esse caso, ao meu ver, já está encerrado”, finaliza o juiz Leonardo Brasileiro.

O recurso da defesa será encaminhado para o Tribunal de Justiça do Piauí onde deverá ser analisado por três desembargadores que irão decidir ou não se pedem a revogação da sentença proferida pelo juiz Leonardo Brasileiro.

Quanto à situação dos adolescentes, ele afirma que os rapazes continuam internados provisoriamente no Complexo da Cidadania em Teresina e que cabe ao juiz da Vara de Execução Penal decidir para onde eles deverão ser levados. Os adolescentes foram retirados do Centro Educacional Masculino após a morte de Gleison Vieira no dia 16 de julho.

Promotoria também afasta tese da defesa

Para o promotor do caso, Cesário Cavalcante, não há dúvidas de que os menores citados no processo estejam envolvidos realmente no crime em Castelo. Cesário afirma que todas as 20 testemunhas ouvidas durante o inquérito apresentaram depoimentos consistentes e um discurso semelhante que corrobora o que foi apresentado pela vítimas e pelo policiais que efetuaram a apreensão dos menores.